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Minas Gerais. A tragédia anunciada. Breves do Facebook

Do IHU, 10 Janeiro 2022
Por Apolo Heringer Lisboa



Abaixo, manchete hidrófoba de jornal mineiro, demonizando a chuva, encobrindo erros humanos, falta de planejamento ambiental e falcatruas em obras. Algumas semanas atrás estavam demonizando a seca, sem explicar que não é a sazonal, mas a seca subterrânea instalada pela voraz economia exportadora de água, de commodities, alma do abusivo HIDRONEGÓCIO.

A chuva é apenas a gota d'água expondo a nossa cara! Água é preciosa! Uma benção. Estupidez explica as tragédias.


Ricardo Pinto Coelho






Uma tragédia anunciada pelo estudo da RMPC sobre barragens de mineração em MG.

Colapso com inundação de uma estrutura apoio à represa de contenção (SAMP) de resíduos na Mina de Pau Branco, Nova Lima, 08 de Janeiro de 2021.

Pelo nosso estudo feito (Atlas das Barragens de Mineração de MG), já publicado, e pelo mapeamento feito por nosso drone na Mina do Pau Branco (fotos abaixo) já era visível o perigo que essas estruturas, que contém milhares de metros cúbicos de rejeito e água servida, representavam, seja para os usuários da BR 040, seja para as inúmeras comunidades ribeirinhas à jusante.

Após o acidente, estamos vendo a estratégia que é a mesma da Vale. Fazem uso de uma terminologia hermética, confusa, contraditória ou até mentirosa.

O fato é que houve um colapso no funcionamento do sistema de barragens, o que causou uma gigantesca enxurrada que está causando ou irá causar uma série de danos ecológicos, danos estruturais em rodovias, pontes, etc.

Tiveram sorte que o acidente não matou gente, mas certamente o evento irá causar a perda milhares de peixes, aves, anfíbios, e de vegetação terrestre e aquática.

Depois, não reclamar se vier algum surto de dengue, esquistossomose, febre amarela ou leishmaniose, porque os vertebrados que controlam os vetores dessas doenças certamente irão desaparecer numa extensa área da bacia hidrográfica.

E nem vamos falar do perigo de contaminação com metais tóxicos e toda sorte de agentes químicos com potencial tóxico na bacia do rio das Velhas, manancial de BH.

Trata-se da repetição de mais uma tragédia anunciada no setor de mineração de MG. Um alerta a mais para todo o governo de Minas, prefeituras envolvidas, consultores ambientais, etc. A ausência de punição para os responsáveis por essas tragédias é simplesmente intolerável.

Em nosso Atlas que mapeou todas as barragens associadas à mineração em MG e em várias entrevistas e outras publicações sempre alertamos que a gestão ambiental de represas no Brasil que é falha e, como resultado, estamos vendo a triste repetição de mais uma tragédia anunciada.

Para maiores informações, acesse aqui.

Ricardo Pinto Coelho

BR 040/BR 356: o perigo mora ao lado.

Milhares de pessoas usam essas duas rodovias diariamente. Muitos sequer imaginam que podem ser vítimas da atividade de mineração a qualquer momento.

A RMPC fez um levantamento por VANT (drones) dos arredores das BRs 040 e 356 na região metropolitana de BH.

O resultado nos surpreendeu pela proximidade de enormes estruturas ligada ao beneficiamento de minérios (diques, cavas, represas, etc.) a apenas poucos metros das pistas de rolamento.

A seguir, apenas alguns exemplos de estruturas que podem colapsar e atingir os usuários das rodovias.




























Angela Pinto Coelho

Ricardo, você tem que postar essas informações e denúncias, cientificamente provadas por estudos profundos e seríssimos para alertar as pessoas desinformadas e especialmente as autoridades que são acessoradas por verdadeiras "antas" e o povo continua à mercê de catástrofes, morrendo e tendo absurdos prejuízos além dos desastres ambientais e sem nenhuma punição dos responsáveis , verdadeiros criminosos!!!!!!

Ricardo Pinto Coelho

Olá Angela: nós já publicamos um Atlas das Represas de Mineração do Estado de Minas Gerais. Trata-se de um trabalho feito em conjunto pela UFMG, UFSJ e a UNIFEI que levou alguns anos para ser feito. Você pode ter acesso a website do Atlas aqui.

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