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Jornal ambulante envolve comunidade da periferia em Belo Horizonte

Do IHU, 15 Setembro 2021

Por  Edelberto Behs, jornalista



“Cadê sua máscara?” “Tá no bolso”. “E seu bolso tem nariz?” Repórter e entrevistado caem na risada. Essa foi a abertura, no dia 9 de janeiro, do primeiro vídeo postado pelo Cê Viu Isso?, um “jornal ambulante” da Comunidade Pedreira Prado Lopes, de Belo Horizonte.


Valéria Borges, moradora da comunidade e comunicadora social, foi a idealizadora do projeto, junto com a jornalista Élida Ramirez. A proposta concretizou-se por causa da pandemia. Além de produzir pautas do que se passa na comunidade, o Cê Viu Isso? faz matérias sobre ações de enfrentamento ao covid-19, situação dos postos de saúde, desafios da comunidade, suspensão das aulas nas escolas...

“A gente estava vendo muita informação técnica (sobre o covid-19) e eu queria passar pra nossa comunidade a coisa como ela realmente é, com uma linguagem que as pessoas do território pudessem entender”, explicou Valéria na matéria de Juliana Afonso e Lucas Bois, divulgada no portal IJnet. O jornal é divulgado por fotos, vídeos e textos nas redes sociais.

A proposta de um jornal ambulante – assim conceituado, porque ele divulga fatos e se divulga a partir das andanças da equipe pela comunidade – foi apresentada aos moradores que apoiou a iniciativa. A equipe é variável, não existe um número certo de “repórteres” porque ele varia de acordo com a disponibilidade dos/as voluntários/as. O jornal está aberto a acolher moradores/as que queiram integrar a equipe.

O projeto se sustenta financeiramente por doações de amigos/as e das contribuições que chegam por WhatsApp. Um dos objetivos dos fundadores é poder remunerar de forma justa quem contribui com o jornal. Os moradores, relatou Valéria, têm se envolvido muito no jornal e procuram o grupo para sugerir pautas.

O sonho de Élida não se restringe ao Cê Viu Isso? “O meu desejo é que este seja um projeto piloto e que as pessoas consigam replicá-lo nos seus espaços, na suas periferias”, revelou. Também pretende chegar até o Legislativo, para que seja formulada lei que preveja o repasse de recursos públicos padra a produção de comunicação comunitária.

 

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