Às vésperas de eleger novo presidente, neste domingo, democracia equatoriana está sob ataque. Ultradireita acossa instituições, espalha fake news e pede intervenção militar. País será laboratório de nova onda de golpes na América Latina?Do OUTRAS PALAVRAS, 07/04/2021
Por David Adler, na Internacional Progressista | Tradução: Luis Zapatta
No dia 11 de abril, o povo equatoriano dará seu voto final para eleger o próximo presidente do país. Mas à medida que nos aproximamos do segundo turno das eleições presidenciais equatorianas, os ataques ao seu processo eleitoral estão se intensificando rapidamente.
Somente no último mês, vimos pedidos de um golpe militar publicados nos jornais mais populares do Equador, esforços para desqualificar candidatos com falsas acusações de fraude e uma tentativa de confiscar seus bancos de dados de votação para uma “auditoria” ilegal dos votos do primeiro turno.
Estas táticas são projetadas não apenas para desafiar as instituições democráticas do Equador, mas também para exportar para atores autoritários em todo o mundo. Com a democracia na América Latina em um ponto crítico, as eleições equatorianas devem enviar um sinal em toda a região sobre o retorno da soberania popular – ou a força letal da guerra legal contra ela.
As eleições presidenciais no Equador chegam em um contexto de grave crise econômica, social e política. A má administração da pandemia de covid-19 devastou comunidades em todo o país, com taxas de pobreza subindo mais de 10% desde o início da pandemia e produção econômica caindo mais de 10% no mesmo período de tempo. Os médicos no Equador estão agora relatando um grande aumento nos casos da covid-19, somando-se a um número de mortes que está entre os mais altos da região.
Enquanto isso, o governo Moreno foi abalado por um escândalo de vacinas em que seus membros foram pegos em flagrante entregando vacinas a seus amigos ricos e poderosos antes do resto do país. Seguiu-se uma onda de demissões do governo de Moreno, alimentando o descontentamento com um presidente que já estava entre os políticos menos populares da história do Equador – com uma taxa de aprovação tão baixa que chegou a 7%.
As eleições de 11 de abril representam, portanto, uma oportunidade crítica para o povo equatoriano reivindicar os direitos constitucionais que foram negados pelo governo Moreno. Do direito à saúde ao direito ao trabalho decente e ao direito à soberania popular: Moreno e seus amigos do Fundo Monetário Internacional ameaçaram toda a gama de direitos fundamentais com sua agressiva agenda de austeridade, liberalização e privatização. A importância desta eleição para todos os cidadãos equatorianos não poderia ser maior.
Mas uma série de atores políticos estão agora conspirando contra eles. Ao longo das últimas semanas, vimos mais uma vez tentativas de atores dentro e fora do Equador de interferir e minar a integridade do processo eleitoral.
Dentro do Equador, o Ministério Público e a Controladoria se uniram para atacar o Conselho Nacional Eleitoral com falsas acusações de fraude eleitoral, pedindo o confisco de seus bancos de dados digitais e a anulação de sua contagem de votos no primeiro turno.
Fora do Equador, o Procurador-Geral da Colômbia conspirou com a Procuradoria para atacar o candidato Andrés Arauz com mentiras absurdas sobre um empréstimo da guerrilha do Exército de Libertação Nacional para sua campanha presidencial.
É por esta razão que a Progressive International está se mobilizando novamente para ir ao Equador. Durante o primeiro turno destas eleições, delegações de observação internacional como a nossa desempenharam um papel fundamental para resistir a estas pressões antidemocráticas. Agora, mais uma vez, trazendo parlamentares e cientistas de dados de todo o mundo, nossa delegação viajará através do país para ajudar a garantir eleições livres, justas e transparentes.
Nossa delegação não tem ilusões sobre a enormidade desta tarefa. Fomos atacados na imprensa, acusados de fraude, e ameaçados de expulsão do país. Mas também reconhecemos os desafios globais da luta do Equador – e nos inspiramos na coragem do povo equatoriano para defender seus direitos à saúde, à dignidade e à soberania popular. Chegamos ao Equador com o compromisso de estar com eles.
DAVID ADLER
É o Coordenador Geral da Internacional Progressista.
Grupo de Pesquisa Sul-Sur
Este grupo se insere numa das linhas de pesquisa do LABMUNDO-BA/NPGA/EA/UFBA, Laboratório de Análise Política Mundial, Bahia, do Núcleo de Pós-graduação da Escola de Administração da UFBA. O grupo é formado por pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento e de diferentes instituições públicas de ensino e pesquisa.
Buscamos nos apropriar do conhecimento das inter-relações das dinâmicas socioespaciais (políticas, econômicas, culturais) dos países da América do Sul, especialmente do Brasil, da Bolívia, da Argentina e do Chile, privilegiando a análise histórica, que nos permite captar as especificidades do chamado “subdesenvolvimento”, expressas, claramente, na organização das economias dos diversos povos, nos grupos sociais, no espaço.
Nosso campo de investigação dialoga com os campos da Geopolítica, Geografia Crítica, da Economia Política e da Ecologia Política. Pretendemos compreender as novas cartografias que vêm se desenhando na América do Sul nos dois circuitos da economia postulados por Milton Santos, o circuito inferior e o circuito superior. Construiremos, desse modo, algumas cartografias de ação, inspirados na proposta da socióloga Ana Clara Torres Ribeiro, especialmente dos diversos movimentos sociopolíticos dessa região, das últimas décadas do século XX à contemporaneidade.
Interessa-nos, sobretudo, a compreensão e a visibilidade das diferentes reações e movimentos dos países do Sul à dinâmica hegemônica global, os espaços de cooperação e integração criados, as potencialidades de criação de novos espaços e os seus significados para o fortalecimento da integração e da cooperação entre os países do Sul, do ponto de vista de outros paradigmas de civilização, a partir de uma epistemologia do sul. Através das cartografias de ação, buscamos perceber as antigas e novas formas de organização social e política, bem como os espaços de cooperação SUL-SUL aí gestados. Consideramos a integração e a cooperação Sul-Sul como espaços potenciais da construção de novos caminhos de civilização que superem a violência do desenvolvimento da forma em que ele é postulado e praticado.
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