Do 247, 7 de agosto de 2019
Por Francisco Teixeira
Sobre o artigo recente de Stephen Waltz, aventando a hipótese de uma a possível "invasão da Amazônia" gostaria de ser otimista, mas... Não há como!
Golpe se preserva também à custa da devastação da Amazônia
Sobre o artigo recente de Stephen Waltz, aventando a hipótese de uma a possível "invasão da Amazônia" gostaria de ser otimista, mas... Não há como!
Já com anterioridade Pascal Boniface, então assessor chefe de Estratégia Internacional da ONU, em seu relatório "Guerras do Século XXI", advertia para a imperiosidade de uma intervenção militar na Amazônia, utilizando como base legal a mesma Doutrina de "Soberania Limitada" , utilizada em Kossovo contra a Sérvia em nome dos Direitos Humanos, para "salvar" a Amazônia dos brasileiros. No caso, uma versão do "RtoP" aplicar-se-ia em caráter "universal", considerando a Amazônia um bem natural da Humanidade.
Disso resultou uma nota de advertência de Aldo Rebelo ao Secretário Geral da ONU e ao voto do Itamaraty, que eu mesmo redigi em grande parte, contra o reconhecimento da autonomia de Kossovo, e contrário a Washington (ficamos ao lado da China, Rússia, Índia, Espanha e Grécia).
Quanto à materialidade física da questão notemos que:
1. Uma operação transnacional seria, hipoteticamente, feita nos termos da ação britânica contra a Argentina ou, mais concretamente, da Otan+EUA contra a Líbia, em 2011;
2. Tal ataque seria feito por uma tremenda força aeronaval combinada, muito superior em meios de projeção e desdobramento de força;
3. O ataque seria feito em um ponto entre a Baia de São Marcos e o Oiapoque, área notável por acesso e por ausência de meios de defesa;
4. As defesas brasileiras existentes na linha São Marcos - Belém seriam atingidas pelo desdobramento da força invasora a partir de 100-300 quilômetros, com meios aviônicos e missilísticos;
5. Não temos proteção para tal ação, destruídos os meios prévios à aproximação contra São Luís, Macapá e Belém estaria aberta;
6. As comunicações físicas entre o Grande Norte e o Brasil seriam interrompidas e a bacia do Amazonas paralisada;
7. As bases da Otan na Guiana e Suriname seriam acionadas e utilizadas para apoio de C3I;
8. Não temos garantia da postura da Colômbia e de instalações americanas no território colombiano;
9. Ao apossar-se de uma das cidades-portos amazônicas do Brasil, a coalizão invasora exigiria negociações;
10. Os fabulosos recursos humanos e técnicos brasileiros como "Guerra na Selva" teriam que se converter em grupos de guerrilha - para o que estão preparados e podem fazer - e infiltrar-se nas áreas urbanas sob domínio invasor;
11. O Brasil seria submetido a um amplo bloqueio econômico e financeiro, com quebra monetária e paralisia econômica;
12. Ao organizar a Resistência militar os centros militares em Brasília e Goiânia são alvos de ataques de "decapitação" a partir de Belém e da frota de ocupação;
13. Forma-se um governo paralelo em São Paulo, que oferece negociações aos governos adversários;
14. Exige-se a formação de um "Protetorado Livre do Tumucumaque" - velha ideia do Príncipe Philip e apoiada por várias ONGs - e livre fronteira com Suriname e Guiana;
15. Formação de um organismo internacional de administração da Amazônia, com sede em Bruxelas.
Bem, pode ser uma certa "ficção geopolítica", mas acreditem, amigos, tenho estudado seriamente cada ponto. Tratar a Amazônia com descaso é de altíssimo risco.
*Francisco Teixeira é historiador e professor da UFRJ
Grupo de Pesquisa Sul-Sur
Este grupo se insere numa das linhas de pesquisa do LABMUNDO-BA/NPGA/EA/UFBA, Laboratório de Análise Política Mundial, Bahia, do Núcleo de Pós-graduação da Escola de Administração da UFBA. O grupo é formado por pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento e de diferentes instituições públicas de ensino e pesquisa.
Buscamos nos apropriar do conhecimento das inter-relações das dinâmicas socioespaciais (políticas, econômicas, culturais) dos países da América do Sul, especialmente do Brasil, da Bolívia, da Argentina e do Chile, privilegiando a análise histórica, que nos permite captar as especificidades do chamado “subdesenvolvimento”, expressas, claramente, na organização das economias dos diversos povos, nos grupos sociais, no espaço.
Nosso campo de investigação dialoga com os campos da Geopolítica, Geografia Crítica, da Economia Política e da Ecologia Política. Pretendemos compreender as novas cartografias que vêm se desenhando na América do Sul nos dois circuitos da economia postulados por Milton Santos, o circuito inferior e o circuito superior. Construiremos, desse modo, algumas cartografias de ação, inspirados na proposta da socióloga Ana Clara Torres Ribeiro, especialmente dos diversos movimentos sociopolíticos dessa região, das últimas décadas do século XX à contemporaneidade.
Interessa-nos, sobretudo, a compreensão e a visibilidade das diferentes reações e movimentos dos países do Sul à dinâmica hegemônica global, os espaços de cooperação e integração criados, as potencialidades de criação de novos espaços e os seus significados para o fortalecimento da integração e da cooperação entre os países do Sul, do ponto de vista de outros paradigmas de civilização, a partir de uma epistemologia do sul. Através das cartografias de ação, buscamos perceber as antigas e novas formas de organização social e política, bem como os espaços de cooperação SUL-SUL aí gestados. Consideramos a integração e a cooperação Sul-Sul como espaços potenciais da construção de novos caminhos de civilização que superem a violência do desenvolvimento da forma em que ele é postulado e praticado.
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