Pages

Obsessão de Paulo Guedes, privatização terá uma secretaria

A venda de ativos está entre as prioridades do “superministro”
Da Carta Capital, 21/11/2018

Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Guedes só pensa em privatizar


Paulo Guedes, “superministro” da Economia, ainda não apresentou um plano de como pretende enfrentar o enorme rombo fiscal do País a partir de janeiro de 2019. As divergências na equipe de transição continuam. O presidente eleito Jair Bolsonaro declarou, por exemplo, que a reforma da Previdência apresentada pelo governo de Michel Temer é muito dura. A afirmação gerou novas dúvidas no mercado financeiro, fiador de Guedes e da agenda ultraliberal.

Uma coisa é, no entanto, certa. As privatizações estarão na ordem do dia. Recentemente, Guedes escolheu para a presidência da Petrobras o economista Roberto Castello Branco, atual diretor do Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento da Fundação Getúlio Vargas.

Leia também:
Futuro presidente da Petrobras defendeu privatização da estatal
Ministério Público abre investigação contra Paulo Guedes, diz jornal


Ex-diretor do Banco Central e da Vale, Castello Branco integrou o Conselho de Administração da Petrobras em 2015, mas deixou o posto no ano seguinte. Ele é um defensor da privatização da estatal de petróleo, embora também neste quesito paira uma dúvida. Em outra declaração, Bolsonaro disse pretender ter cuidado com a empresa e que admitiria vender partes e não repassá-la inteiramente ao setor privado.

Na terça-feira 20, Guedes anunciou a intenção de criar a Secretaria de Privatizações, vinculada diretamente a ele. O futuro ministro não forneceu detalhes a respeito do programa de desestatização, embora durante a campanha eleitoral tenha demonstrado a disposição de vender o maior número de ativos possíveis. O financista incluía a própria Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica na lista. O BNDES, instituição financeira de fomento, especula-se, seria progressivamente esvaziado até desaparecer.

Guedes descartou ainda o aumento de alíquotas ou a criação de novos impostos, incluída a CPFM, o tributo do cheque.

O futuro ministro não informou quando será anunciado o nome do futuro presidente do Banco do Brasil. Ivan Monteiro, atual presidente da Petrobras, está entre os cotados.

* Com reportagem da Deutsche Welle

Nenhum comentário:

Postar um comentário