Do IELA, 29 de Outubro de 2018
por Elaine Tavares
Fotos: Povo Pankararu
Em junho desse ano uma decisão unânime do judiciário, o TRF-5, decidiu pela reintegração de 8.100 hectares de terra que eram pertencentes ao povo Pankararu, entre os municípios Tacaratu, Petrolândia e Jatobá, em Pernambuco. A área estava tomava por mais de 300 famílias de não-índios, num espaço que já tinha sido demarcado para os Pankararu desde 1940, com homologação legal em 1987. Ainda assim, os posseiros se recusavam a deixar a terra, exigindo dos Pankararu muita luta e mobilização, visto que eles também permaneciam na terra, em torno de oito mil pessoas. Foram 40 anos de batalha judicial e enfim, no meio desse ano, a decisão pôs fim à questão.
Mas, se definiu o aspecto legal, não definiu o conflito. As famílias dos posseiros não aceitaram sair sem indenização, embora estivessem ilegalmente na terra. Alegando que fora comprada de boa fé, queriam que o estado ressarcisse o prejuízo, coisa que o estado negou ressarcindo apenas as benfeitorias. Em setembro houve uma desocupação violenta, feita pela polícia local e os posseiros, em vez de protestar contra o estado, têm atacado os indígenas, como se eles fossem os culpados. Muitas ameaças e acirramento de ódios passaram a ser vividos na região.
Nessa madrugada dia 29 , aproveitando o desencadeamento das violentas “celebrações” pela eleição de Bolsonaro, pessoas entraram na área indígena e atearam fogo na escola e no posto de saúde que ficam dentro da aldeia Bem Querer de Baixo, em Jatobá. Os dois prédios, conseguidos a duras penas no jogo de braço com o estado, foram completamente destruídos pelas chamas com perda total da estrutura física, móveis, documentos, equipamentos. Pouca coisa se salvou.
Com essa ação criminosa ficam prejudicadas as crianças da aldeia que agora ficam sem escola às vésperas do fim do ano letivo, bem como toda a comunidade fica sem o atendimento do posto que chegava a cumprir cerca de 500 atendimentos mensais.
Agora é esperar as investigações para saber quem foi o responsável, mas os Pankararu não têm dúvida de que o crime mora no ódio sempre aceso contra os povos indígenas, agora ainda muito mais, com as provocações do presidente eleito.
Com informações do Povo Pankararu.
Grupo de Pesquisa Sul-Sur
Este grupo se insere numa das linhas de pesquisa do LABMUNDO-BA/NPGA/EA/UFBA, Laboratório de Análise Política Mundial, Bahia, do Núcleo de Pós-graduação da Escola de Administração da UFBA. O grupo é formado por pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento e de diferentes instituições públicas de ensino e pesquisa.
Buscamos nos apropriar do conhecimento das inter-relações das dinâmicas socioespaciais (políticas, econômicas, culturais) dos países da América do Sul, especialmente do Brasil, da Bolívia, da Argentina e do Chile, privilegiando a análise histórica, que nos permite captar as especificidades do chamado “subdesenvolvimento”, expressas, claramente, na organização das economias dos diversos povos, nos grupos sociais, no espaço.
Nosso campo de investigação dialoga com os campos da Geopolítica, Geografia Crítica, da Economia Política e da Ecologia Política. Pretendemos compreender as novas cartografias que vêm se desenhando na América do Sul nos dois circuitos da economia postulados por Milton Santos, o circuito inferior e o circuito superior. Construiremos, desse modo, algumas cartografias de ação, inspirados na proposta da socióloga Ana Clara Torres Ribeiro, especialmente dos diversos movimentos sociopolíticos dessa região, das últimas décadas do século XX à contemporaneidade.
Interessa-nos, sobretudo, a compreensão e a visibilidade das diferentes reações e movimentos dos países do Sul à dinâmica hegemônica global, os espaços de cooperação e integração criados, as potencialidades de criação de novos espaços e os seus significados para o fortalecimento da integração e da cooperação entre os países do Sul, do ponto de vista de outros paradigmas de civilização, a partir de uma epistemologia do sul. Através das cartografias de ação, buscamos perceber as antigas e novas formas de organização social e política, bem como os espaços de cooperação SUL-SUL aí gestados. Consideramos a integração e a cooperação Sul-Sul como espaços potenciais da construção de novos caminhos de civilização que superem a violência do desenvolvimento da forma em que ele é postulado e praticado.
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