A psicanalista Maria Rita Kehl diz ser "lamentável, mas não incompreensível, que um jovem pobre, negro, vítima de algum tipo de deficiência mental, tenha atentado contra a vida de Bolsonaro", em referência a Adélio Bispo de Oliveira, que esfaqueou o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL); "Adélio Bispo cometeu um crime e, também, uma burrice. Contribuiu para transformar um defensor do estupro e da violência em vítima" diz; para ela; "o crime que cometeu é do mesmo tipo que sua vítima alardeia. Em campanha presidencial. Impunemente"
247 - A psicanalista Maria Rita Kehl diz ser "lamentável, mas não incompreensível, que um jovem pobre, negro, vítima de algum tipo de deficiência mental, tenha atentado contra a vida de Bolsonaro", em referência a Adélio Bispo de Oliveira, que esfaqueou o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) durante um ato de campanha em Minas Gerais no último dia 6.
"O possível diagnóstico de paranoia faz lembrar o verso de "Paranoia", de Waly Salomão, para a música de João Bosco: "paranoico é quem descobriu ser perseguido". Talvez Adélio Bispo tenha sofrido com a fantasia, nem tão irreal assim, de se tornar vítima potencial da metralhadora giratória do candidato", diz ela em um artigo publicado na Folha de S. Paulo.
"Teria agido por ódio: cometeu um crime. Por medo, talvez, do vale-tudo que vigora no país, desde o impeachment de Dilma Rousseff, condenada por um Congresso cujo presidente hoje está preso. Ou desde a prisão do presidente Lula, incomunicável em Curitiba como se representasse perigo para o país. Qual perigo?", questiona.
Para ela, "o Judiciário que condenou Lula é conivente, por 3 a 2, com o avanço de uma candidatura cuja plataforma assenta-se sobre o ódio disseminado contra uma parcela significativa da população --negros, gays, petistas"
"Adélio Bispo cometeu um crime e, também, uma burrice. Contribuiu para transformar um defensor do estupro e da violência em vítima. Mas o rapaz vai pagar por seu crime --o que é justo. Ou não? Afinal, o crime que cometeu é do mesmo tipo que sua vítima alardeia. Em campanha presidencial. Impunemente", afirma.
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