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Nassif: Lista de Janot não tem isenção só porque citou Aécio e Serra

Do Jornal GGN, 15 de Março, 2017


 - Algumas pessoas podem considerar que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chefe do Ministério Público Federal, finalmente alcançou a "era da isenção" com a inclusão de Aécio Neves, José Serra e Aloysio Nunes, entre outros nomes, nos pedidos de inquérito entregue ao Supremo Tribunal Federal nesta terça (14). Pura ilusão.

Há três etapas até esses políticos se transforarem em réus e, até lá, as chances de o MP fazer corpo mole ou sequer chegar a denunciar Aécio e companhia são grandes. É o que avalia Luis Nassif no hangout da lista de Janot.

Em posse dos pedidos de inquérito, o relator da Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin deverá avaliar os requerimentos nos próximos dias. Se for aceita a instauração de inquérito, o MP precisará trabalhar até descobrir se há algo a ser denunciado ou não. Se houver, ainda será preciso, numa terceira fase, obter o aval do Supremo.

Nassif lembra que, quando da primeira lista de Janot, feita com base nas delações de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, Aécio apareceu entre os citados no pedido de inquérito em função de corrupção em Furnas mas, ao final, foi agraciado com um pedido de arquivamento da investigação. Quem perdeu mais com aquelas denúncias foi o governo de Dilma Rousseff, derrubado pelo processo de impeachment.

"A isenção existe quando você vê o resultado final. O resultado final [da primeira lista de Janot] foi a deposição de uma presidente da República e uma série de ações contra Lula. Não dá para comparar com o que tem agora", aponta o diretor do GGN.

"Mesmo que houvesse inquérito e investigação séria - coisa que duvido que ocorra - ainda assim não reporia o desequilíbrio que se impôs à democracia quando Janot colocou na linha de frente um grupo e blindou o outro", destaca.

Para Nassif, Janot está fazendo um "jogo de cena" ao pedir inquérito contra tucanos graúdos, na tentativa de corrigir a imagem negativa que o MP passou a ter após justamente pelo partidarismo com o qual tem atuado.

O jornalista avalia que o único impacto que as delações da Odebrecht pode ter sobre Aécio é o de inviabilizá-lo eleitoralmente por causa do desgaste junto à opinião pública. No mais, Aécio deve contar com a ajuda de Janot e de aliados no Supremo, como Gilmar Mendes, para passar ileso pelas delações.

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