Do Cimi, 14 de fevereiro, 2017
Fonte da notícia: Regional Cimi Sul
Texto e fotos do Cimi - Regional Sul
Antes do fechamento das comportas, uma grande comunidade vivia nas margens do rio, na aldeia chamada Mokõe Joeguá, localizada no município de Santa Helena (PR). As notícias da construção da hidrelétrica e as ameaças que sofreram levaram ao sarambi, ou seja, a um esparramo total da população. Nunca foram indenizados e sequer considerados pela hidrelétrica.
A terra ocupada no dia 26 está localizada nas margens do lago, é coberta de mata nativa e própria para a agricultura. O cacique Claudio Vogado disse que em breve vão começar a limpeza para plantar as sementes tradicionais, como o awati etei/milho verdadeiro. É nesse local que desejam agora viver livremente a cultura Guarani no Tekoha, “lugar de viver a cultura”.
A terra ocupada no dia 26 está localizada nas margens do lago, é coberta de mata nativa e própria para a agricultura. O cacique Claudio Vogado disse que em breve vão começar a limpeza para plantar as sementes tradicionais, como o awati etei/milho verdadeiro. É nesse local que desejam agora viver livremente a cultura Guarani no Tekoha, “lugar de viver a cultura”.
Os tekoha destruídos por Itaipu
O rio Paraná, que em grande parte do estado do Paraná divide Brasil e Paraguai, nunca foi fronteira para os Guarani, ao contrário, “eram nossos caminhos”, relata o líder Júlio Martinez. Havia mais de 40 aldeias em ambas as margens quando o rio foi fechado, em 1983. Essa população foi totalmente desconsiderada. Depois de muita luta conseguiram que Itaipu devolvesse 1700 hectares de terra no lado brasileiro, porém no lado paraguaio nunca receberam nada.
Construída em plena Ditadura Militar (tanto no Brasil como no Paraguai), não havia possibilidade de diálogo entre comunidades Guarani com Itaipu e Funai, muito menos com os governos. Alguns quilômetros a jusante do Tekoha Mokõe Joeguá, existia o Tekoha Jakutinga, e somente depois de muita luta foram reconhecidas cinco famílias e para estas foram expedidos títulos de terras individuais – juridicamente essas famílias foram consideradas camponesas. Com a indenização dessa área, os Guarani compraram a terra que hoje é o Tekoha Ocoi, em São Miguel do Iguaçu.
Em épocas de democracia, espera-se que Itaipu Binacional reconheça os erros e as violências históricas cometidas e se abra para o diálogo efetivo que leve a devolução das terras aos Ava-Guarani.
Santa Helena, 10 de fevereiro de 2017
Conselho Indigenista Missionário – Cimi – Regional Sul
PR
Fazendeiros expulsam Avá Guarani de terra reivindicada como indígena no Paraná
Nem reintegração de posse, nem polícia: cerca de 150 fazendeiros expulsaram um grupo de sete famílias Ava Guarani, em Guaíra (PR), fronteira com o Paraguai, na última quarta, 8. Barracos foram...
Nota do Cimi – Regional Sul em repúdio ao ataque contra comunidade Guarani em Guaíra, Paraná
O Conselho Indigenista Missionário vem a público denunciar e repudiar as violências contra um grupo de famílias Guarani, do Tekoha Mirim, no município de Guaíra (PR), na última quarta-feira (8)
Contra empreendimento em tekoha, indígenas Guarani retomam área tradicional e são ameaçados
Exigimos a imediata atuação do MPF e a suspensão da obra que está tratando de construir um condomínio fechado em nosso Tekoha
Justiça quer despejar 170 indígenas Kaingang de área no PR declarada como TI desde 2007
Procurador da AGU considera reintegração ilegal. Aldeia existe há mais de 18 anos e território foi declarado em 2007 pelo Ministério da Justiça como de ocupação tradicional indígena
Centro de Trabalho Indigenista divulga relatório sobre violências contra os índios Guarani do oeste do Paraná
A publicação ocorre logo após a visita oficial da Comissão Nacional da Verdade à região
Nenhum comentário:
Postar um comentário