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Vaticano tornará público seus arquivos sobre ditaduras argentina e uruguaia


Da página Adital, quinta-feira, 07 de abril, 2016


O Vaticano confirmou que "está arrumando” seus arquivos sobre a última ditadura civil-militar argentina para torná-los público. "O ordenamento dos arquivos leva tempo porque implica na leitura e classificação dos documentos. Alguns estavam mais ordenados e outros necessitam de mais atenção”, assegurou à agência argentina de notícias Télam o secretário geral da Conferência Episcopal Argentina, Carlos Malfa.

"Em geral, se tratam de cartas que se recebiam e respondiam, solicitando saber o paradeiro de detidos desaparecidos, ou de alguma gestão neste sentido. Também existem recortes de jornais da época”, Malfa explicou sobre os arquivos que a Igreja e o Vaticano estão ordenando conjuntamente, antes de por à disposição dos interessados. "Não podemos dar uma data, mas se está trabalhando nisso”.,

Foto histórica das Mães da Praça de Maio na busca pelos bebês nascidos nas prisões da ditadura argentina.

O Papa Francisco reafirmou a disposição para que também sejam abertos os arquivos sobre a última ditadura uruguaia (1973-1985). "Os arquivos sobre as ditaduras serão abertos. Falei com Laterza”, afirmou o Papa diante do embaixador do Uruguai na Santa Sé, Francisco Ottonelli, confirmando o que já havia adiantado, de forma privada, para um grupo de Mães da Praça de Maio, sobre a decisão de colocar à disposição todos os arquivos do Vaticano sobre as ditaduras do Cone Sul.

No diálogo com o diplomata uruguaio, Francisco se referiu a Giuseppe Laterza, oficial da Secretaria de Estado, que, no ano passado, prometeu para a presidenta dos Familiares de Detidos e Desaparecidos por Razões Políticas, Angela "Lita” Boitano, a abertura e disposição de todos os arquivos vaticanos sobre a ditadura argentina.

Ottonelli explicou à Télam que a abertura dos arquivos vaticanos sobre a ditadura, em seu país, foi "o primeiro encargo” que lhe deu o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, quando o designou em meados de 2015.No encontro a sós com o Pontífice, relatou o diplomatia uruguaio, que Francisco lhe ratificou sua "disposição” para abri-los e o derivou a "instrumentalizar o procedimento” com Laterza, que sugeriu buscar o respaldo da Conferência Episcopal do seu país. No caso argentino, explicou Malfa, "a decisão de ordenar os arquivos foi tomada pela Assembleia Plenária da Conferência Episcopal, quando, em 2012, foi aprovado o documento ‘a fé em Jesus Cristo nos move para a verdade, a justiça e a Paz”.

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