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Sem respostas, tragédia de Mariana faz 5 meses

Futura Press/Folhapress
Causas do desastre ainda não foram esclarecidas e ninguém foi preso. Lama destruiu distrito de Mariana.


Da BandNews FM Belo Horizonte, noticias@band.com.br


Há exatos cinco meses uma enxurrada de lama acabou com Bento Rodrigues, distrito de Mariana (MG) e devastou o Rio Doce, na maior tragédia ambiental da história do Brasil.

O rompimento da barragem de Fundão da mineradora Samarco - controlada pela Vale e BHP - deixou um rastro de destruição, medo e abandono. Apesar disso, as causas do desastre ocorrido na tarde de quinta-feira, 5 de novembro de 2015, ainda não foram esclarecidas.

Moradores de Bento Rodrigues ainda tentam recomeçar a vida, após perderem tudo, mas ninguém foi preso pela devastação. A única investigação finalizada - pedindo a prisão de sete pessoas, incluindo o diretor afastado da Samarco, Ricardo Vêscovi, pela morte de 19 pessoas - está suspensa pelo Superior Tribunal de Justiça.

Existem outras duas apurações em andamento: uma da Polícia Federal com foco na empresa e outra da Polícia Civil sobre as causas da tragédia.

Enquanto a Justiça e as autoridades demoram para punir os culpados, a lama do complexo continua vazando e ainda atinge o Rio Doce, que deságua no mar do Espírito Santo.

Samarco não pagou nenhuma multa 

O promotor do Ministério Público de Minas Gerais, Mauro Elovich, cobra uma medida mais efetiva da Samarco.

"O impacto ambiental está só se agravando e já foram notificadas diversas vezes os órgãos ambientais, sem que fossem tomadas as providências necessárias. Nós estamos agilizando uma nova ação contra a Samarco em razão disso", afirma o promotor.

Os governos de Minas Gerais, do Espírito Santo, e o Palácio do Planalto fecharam um acordo com a Samarco, no qual a mineradora prometeu pagar R$ 20 bilhões, em 15 anos, para reparar danos ambientais e sociais.

Veja imagens da destruição em Mariana feitas na semana do desastre:


Uma barragem de contenção de rejeitos da mineradora Samarco Fundão se rompeu na tarde desta quinta-feira (5)Hugo Cordeiro/Photograph/Nitro /Folhapress.

Na última semana, o Ministério Público Federal de Minas Gerais pediu a ampliação da área com pesca proibida no Rio Doce. 

O nível de contaminação dos peixes por metais pesados está 140 vezes acima do limite, mas a Samarco alega que isso é "natural".

O diretor-afastado da empresa, Ricardo Vêscovi, chegou a pedir desculpas, apesar da mineradora ter recorrido de todas as multas aplicadas – nenhuma delas foi paga.

No mês passado, uma maratona solidária - com apoio da Bandnews FM - foi realizada em Mariana, para arrecadar donativos para as vítimas da tragédia.

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