Grupo de extrema-direita protesta contra o terrorismo em praça do centro de Bruxelas, na Bélgica
Da folha de São Paulo, 27 de março, 2016
Por Yves Herman/Reuters
A polícia usou canhões de água para dispersar cerca de 20 manifestantes de extrema direita que estavam na praça central de Bruxelas, onde se concentram as homenagens às vítimas dos atentados de terça (22).
Os manifestantes, vestidos de preto, carregavam cartazes com frases como "esta é nossa casa" na praça da Bolsa, onde uma marcha contra o medo prevista para este domingo foi cancelada a pedido das autoridades devido ao risco de ocorrerem atentados.
Uma dezena de nacionalistas foi detida, segundo a polícia, e o primeiro-ministro belga, Charles Michel, "condenou firmemente os distúrbios"
Vigiados no começo à distância por forças antidistúrbios, os manifestantes repetiram vários gritos contra o grupo Estado Islâmico, que reivindicou a responsabilidade pelos atos.
A manifestação perturbou as pessoas que prestavam homenagens aos mortos no local, em silêncio ou com músicas. A tensão era palpável entre os dois grupos.
"Cúmplices terroristas", gritavam os manifestantes de direita contra as pessoas que estavam antes na praça prestando homenagens e pedindo paz, que responderam: "O fascismo não passará".
"Somos torcedores de futebol, não temos nada a ver com política. Estamos aqui pelas vítimas, para prestar homenagens, disse Andrés, torcedor do FC Brujas.
Os manifestantes se dispersaram em pequenos grupos e foram embora de metrô. "Estado, cúmplice do Estado Islâmico", gritavam alguns para a polícia e os militares.
John Thys - 22.mar.
NOVAS OPERAÇÕES
Quatro pessoas foram colocadas sob custódia neste domingo após treze novas operações antiterroristas em várias cidades da Bélgica, cinco dias após os atentados de Bruxelas, anunciou a procuradoria federal.
Quatro operações de busca foram realizadas em Mechelen e uma em Duffel, duas cidades na região de Flandres, no norte.
Outras oito foram realizadas em vários distritos de Bruxelas.
"No total, nove pessoas foram encaminhadas para interrogatório" como parte da investigação terrorista, mas "cinco entre elas foram liberadas", de acordo com a procuradoria, que não indicou se essas operações estavam ligadas aos atentados de terça-feira (22).
Os investigadores ainda tentam confirmar se o único suspeito indiciado em conexão direta com os ataques jihadistas de terça-feira, Fayçal Cheffou, é, como acreditam, "o homem de chapéu" que plantou uma bomba no aeroporto de Bruxelas-Zaventem ao lado de dois homens-bomba, Ibrahim El Bakraoui e Najim Laachraoui.
Esses dois homens, bem como o suicida do metrô de Bruxelas, Khalid El Bakraoui, estão intimamente relacionados com os autores dos ataques de Paris em 13 de novembro.
Uma prisão na Itália e uma nova acusação na Bélgica ilustraram, mais uma vez, a estreita ligação entre as redes jihadistas francesa e belga, que veio à tona com os ataques a Paris, em novembro, e em Bruxelas nesta semana.
Um argelino de 40 anos,foi preso no sábado na Itália, a pedido dos tribunais belgas. Ele é suspeito, segundo a imprensa italiana, de envolvimento na falsificação de documentos usados por membros dos comandos de Paris e Bruxelas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário