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Na Venezuela, povos pedem para Maduro acabar com “neo-escravidão” indígena no rio Caura






A Organização Indígena da Bacia Caura Kuyujani denunciou que o aumento da mineração ilegal no rio Caura, estado de Bolívar, mantém os indígenas Yek’wana e Sanema da região em condições de maus-tratos e escravidão por parte dos garimpeiros e das forças armadas do exército que atuam na área.


Do Cimi, 21, janeiro, 2015


Num comunicado, a referida organização, que reúne 53 povos indígenas da bacia, afirmou que mais de três mil garimpeiros trabalham com máquinas de terra e água no rio Yuruaní e sua foz, no Caura, o terceiro rio mais importante da Venezuela. O aumento desta atividade extrativa tem trazido à região bordéis e bares onde menores de idade são explorados, num ambiente onde circulam livremente as drogas sem que haja nenhum tipo de intervenção por parte das forças armadas, que estão nas cinco bases ao longo do rio.


Kuyujani acusou os militares de criar um “clima de terror, medo, hostilidade” através de “provocações e humilhações” aos indígenas quando estes andam pelos rios e quando chegam aos povoados. “Na maioria dos casos, os militares em sua maneira de proceder mostram tratos e condutas discriminatórias e humilhantes para com os indígenas”, afirmou Magdaleno Cortés, diretor de Kuyujani. Cortés fez um chamado ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, a se manifestar sobre a questão e a formar uma comissão para combater o “ecocídio” na bacia e proteger as comunidades indígenas. Também pediu às organizações defensoras dos direitos humanos e às instituições públicas, como a Defensoria do Povo, que instem os militares para que parem com as hostilidades contra os povos nativos.


Responsabilizam o governo

A situação de “descontrole” na bacia é o resultado da ineficácia do governo, denunciou Alejandro Lanz, diretor do Centro de Investigações Ecológicas da Venezuela (CIEV). Lanz disse que o governo nacional “sabe do acontecido e que não tem feito nada”. As consequências desta falta de intervenção são a prostituição infantil e a exploração laboral dos indígenas.

“Há uma escravidão com os menores de idade, que são obrigados a carregar nos ombros 70, 80 litros de combustível, de cerveja e de rum por 20 quilômetros, recebendo apenas algumas moedas (…), os maltratam e batem neles” indicou. Considerou também que estas condições laborais configuram uma “neo-escravidão em pleno desenvolvimento”, pois “fala-se de amor, de paz e de direitos humanos, mas não se cumprem”.


Tradução ao português: Pe. Henry Dunn
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