Fim da 13ª Cúpula do bloco bolivariano foi marcado por rechaço a interferências estrangeiras: 'atacar a Venezuela é atacar o Caribe'
O encerramento da 13ª Cúpula da Alba (Aliança Bolivariana para as Américas) foi marcado por uma longa declaração de 43 pontos em que os países caribenhos e latino-americanos que integram o bloco multilateral declararam apoio a Venezuela e Cuba, condenando "energicamente" as ações "desestabilizadoras" dos EUA. O rechaço à interferência estrangeira em países soberanos foi uma das tônicas do encontro entre os chefes de Estado realizado em Havana.
Da página Opera Mundi, 15, dezembro de 2014
Principais líderes do bloco em reunião da Alba: Nicolás Maduro (Venezuela), Raúl Castro (Cuba) e Evo Morales (Bolívia) |
Finalizada neste domingo (14/12), a reunião de cúpula e marcou os dez anos da criação do bloco, além do 20º aniversário do primeiro encontro entre os líderes Fidel Castro e Hugo Chávez.
Os países da Alba foram enfáticos ao condenar as sanções recentemente aprovadas pelo Congresso dos EUA contra a Venezuela, expressando o que consideram "uma agressão à soberania". "Um ataque à Venezuela é um ataque ao Caribe", disse Roosevelt Skerrit, primeiro-ministro de Dominica.
O bloco bolivariano também renovou a manifestação de repúdio contra a manutenção do embargo econômico norte-americano a Cuba. "Pelo fim imediato do bloqueio, a cessação de ações subversivas, ilegais e encobertas, o fim da absurda inclusão de Cuba na espúria e arbitrária lista de países que patrocinam o terrorismo", destacou o documento final da 13ª Cúpula da Alba.
Os membros do bloco bolivariano também elogiaram os esforços colombianos dos diálogos de paz entre o governo de Bogotá e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Outro assunto abordado foi o embate entre a Argentina e os chamados fundos abutres, que cobram dívida dos cofres públicos argentinos.
"A integração é o caminho"
Entre outros pontos, o documento final aprovado pelos 11 países-membros destaca que a integração da Alba será pautada no desenvolvimento regional e na soberania dos povos.
Chefes de Estado presentes na 13ª Cúpula da Alba, em Havana, capital cubana |
"Estes mecanismos de integração trazem benefícios", escreve a declaração conjunta da Alba, ratificando os princípios da solidariedade, cooperação e complementariedade entre os países.
Uma das tarefas do grupo para o próximo ano será delinear melhor as estratégias e ações concretas que permitirão a construção de uma zona comercial que integre também outros blocos regionais, como Mercosul (Mercado Comum do Sul) e Caricom (Comunidade do Caribe).
O bloco bolivariano Alba foi criado em 14 de dezembro de 2004 em Havana a partir de um tratado constitutivo assinado entre Cuba e Venezuela, ao que depois se uniram Antígua e Barbuda, Bolívia, Dominica, Equador, Nicarágua, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas.
Também neste domingo foi oficializada a incorporação das ilhas de Granada e São Cristóvão e Névis e participaram como convidados representantes do Haiti e de El Salvador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário